segunda-feira, 29 de outubro de 2012

GARIMPO: PRESENÇA DE ANITA NO VIVA







Prepare-se para sentir novamente a Presença de Anita 
por Khaoe Pacheco do Blog Badfish


     No próximo 22 de novembro o público que sintoniza o Canal Viva passará a acompanhar a Presença de Anita de segunda à sexta-feira na faixa das 23h. Escrita por Manoel Carlos a partir da premissa do romance homônimo de Mario Bonato em 1948. Do livro, Maneco aproveitou apenas temas e nomes dos personagens para criar uma história totalmente nova. Exibido originalmente em 2001, a microssérie fez muito sucesso na época devido ao alto teor sensual da história.




     Nando (José Mayer) - ator fetiche do autor - é um publicitário que está passando por uma crise no casamento com sua bela esposa Lucia Helena (Helena Ranaldi, ótima no papel). Lucia tenta a todo custo salvar o matrimônio sempre mantendo uma postura passiva, aturando os rompantes do marido e da filha adolescente Luísa (Julia Almeida) - personificando a aborrecente chata.  Ela tem a ideia de passar um tempo com a família no interior, na casa do pai, um preconceituoso senhor de idade feito com maestria pelo veterano ator Linneu Dias. Mal imaginava Lucia que esta ideia causaria o fim definitivo de seu casamento, já que Nando se envolve com uma jovem sensual chamada Anita (Mel Lisboa) - estreando muito bem na televisão. 





     Nesta obra, Maneco sai das paisagens lindas e da rotina do Rio de Janeiro de suas sensacionais novelas, para dar lugar ao interior de São Paulo, lugar cheio de tipos pitorescos. Aliás, não só os protagonistas da trama chamam atenção como os secundários criados pelo autor ganham grandes momentos como Marta (Vera Holtz) a falsa racista que adora um negro suado, Zezinho (Leonardo Miggiorin) - também muito bem - como o adolescente deslumbrado pela provocativa Anita e Linneu o velho que diz tudo o que vem na cabeça. Tipos que encantaram o país em 16 capítulos muito bem escritos pelo autor das Helenas.




     A polêmica rolou solta durante a exibição da trama, tudo por conta de duas palavras: Sexo e cigarro. Recheada de cenas de sexo, a Rede Globo abusou do horário em que era exibida a produção para mostrar ao telespectador cenas que até hoje tiram o fôlego, principalmente as protagonizadas por Anita e Nando e André (Taiguara) com a empregada Neusa (Joana Tristão) e, depois com Marta. Praticamente todos os personagens fumavam o que causou a reclamação pública do Instituto Nacional do Câncer. Maneco se defendeu dizendo que o cigarro fazia parta do comportamento autodestrutivo de seus personagens.




     Público e crítica se surpreenderam com a história bem amarrada e intensa criada por Maneco, que até então era conhecido pelo retrato quase que fiel do dia a dia da classe média.  Aqui, parecia que víamos a obra de um escritor novo cheio de vontade pela vida sem compromissos, a não ser com a vontade se ser feliz de qualquer maneira. Ele também contou com mais uma parceria bem sucedida com o diretor Ricardo Waddington com quem trabalhou em clássicas novelas: História de Amor, Por Amor, Laços de Família e Mulheres Apaixonadas.  Ambos inspiradíssimos. Também comento a inesquecível abertura coma a bela voz da cantora Maysa - que teve sua vida contada por Maneco anos depois - cantando a sensível  Ne Me Quitte Pass. Presença de Anita já foi reprisada pela Globo e pelo Viva em outras oportunidades, mas uma obra tão aclamada como essa merece ser vista de novo. Até a próxima edição!!!




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