domingo, 2 de setembro de 2012

Com a Palavra por Khaoe Pacheco Edição 4





A volta dos Contos de Fadas - um tanto diferentes
por Khaoe Pacheco do blog BadFish



     Quem diria que na era da modernidade com tantos inventos engenhosos como a própria internet haveria espaço para os contos de fada? Eles se tornaram famosos no mundo todo por fazerem milhões de crianças dormirem após ouvirem historias envolvendo meninos e meninas metidos em confusões, bruxas, princesas e muitas aventuras. A nova moda naquele planeta chamado Hollywood é adaptar antigos contos em filmes ou séries para novas plateias, claro que, com um jeitinho de século 21. Alias, fique sabendo que eu ou você, também podemos fazer nossas versões destes clássicos, afinas, eles estão sob domínio público e, neste caso, não é preciso pagar aos autores – ou seus descendentes – os direitos das obras.



     Os expoentes do gênero, os irmãos Grimm, foram dois alemães apaixonados por leituras e letras que estenderam essa paixão criando suas próprias fabulas. Eles foram os criadores de nada mais nada menos que Cinderela, Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, A Bela Adormecida e, ufa! Chapeuzinho Vermelho. Ainda que essas histórias tenham sido popularizadas graças à mente criativa da Walt Disney e suas versões em desenho animado que, prontamente, tratou de dar uma suavizada nas histórias macabras dos Grimm que fazem qualquer roteirista de filme de terror ficar com vergonha. São situações perigosas, violentas e torturantes. Mete medo em muita criança.  



     À grade retomada dos contos de fadas, foi feita pela própria Disney, na simpática animação A Princesa e o Sapo que, de histórico, trouxe a primeira princesa negra do estúdio. Infelizmente, o longa não teve o retorno financeiro esperado pela casa do Mickey que não se arriscou a lançar outro desenho feito pelo método normal (desenhado) e aposta nas animações computadorizadas. Mas o fracasso comercial de A Princesa e o Sapo não inibiu os estúdios de cinema a apostarem no filão. Então, versões em carne e osso foram anunciadas para aguçar a curiosidades dos fãs. A Garota da Capa Vermelha foi à prova de fogo para dar largada a esta onda que está longe de acabar. Nesta versão da historia de Chapeuzinho Vermelho, feita pela diretora de Crepúsculo, temos Amanda Seyfried que interpreta Valerie, uma jovem que vive na idade média, em uma cidade aterrorizada por um lobisomem. Não espere a chapeuzinho indo na casa da vovó e dar de cara com o lobo, assim como no original dos Grimm o clima é carregado de mistério.



     O que acontece quando dois estúdios de cinema fazem filmes com o mesmo tema e lançam na mesma época? Bom, que vença o melhor. O mais famoso conto dos alemães é A Branca de Neve e, a Disney anunciou que faria uma nova versão do clássico ao mesmo tempo que a Universal. Não vi a versão da Disney, mas a crítica especializada a compara mais com o desenho dos anos 1930 do que a fábula dos Grimm. No elenco, a estrela Julia Roberts faz a rainha má, papel, dizem os jornalistas, que caiu como uma luva para ela (Julia é descrita pelos repórteres como mal humorada e grosseira).  Já o filme da Universal é uma beleza só. Fui ver no cinema com os amigos Diogo (o mesmo, criador deste site) e seu irmão Thiago. É uma versão mais adulta do conto e mostra Branca (Kirsten Stewart, provavelmente a atriz mais sem sal do planeta) mandando bem como uma garota que escapa de sua madrasta má, a rainha que deseja ser bela para sempre. Está tudo lá do jeito que a gente se lembra, o espelho, os oito anões (a explicação para não ser sete só vendo o filme), o caçador e, claro, o príncipe, que não é bem um príncipe. Com incríveis efeitos especiais, o filme poderá ser lembrado no futuro como o filme de Charlize Theron.  A atriz, mais bela do que nunca, rouba todas as atenções e tem um desempenho elogiado.  



     Até a televisão entrou no filão de olho na atenção que os contos de fada estavam criando na mídia. Em Grimm, exibido no Brasil pelo Universal Channel, temos um rapaz que descobre ser descente de uma sociedade conhecida como Grimm. Sua missão é manter um equilíbrio entre criaturas saídas das fabulas para o mundo real. Do canal concorrente Sony vem Once Upon a Time (tradução de era uma vez...) que conta como Emma (Jennifer Morrison, de House) se envolve nas histórias de seres que são claramente inspirados nos personagens criados pelos Grimm. Os produtores da série temiam que seu tema complexo afugentasse a audiência, mas a mágica deu certo e, a série se tornou um dos grandes hits da temporada 2011/2012 e, junto com Grimm, conseguiu ser renovada para segunda temporada.  E por fim a Globo filmes irá lançar Mula Sem Cabeça inspirada numa lenda brasileira, opa, desculpe, mas isso é invenção minha, mas que seria bem legal seria. Até a próxima edição!!!



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